segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

2 de Fevereiro- Dia Mundial das Zonas Húmidas





A
diversidade biológica e cultural das zonas húmidas representa a riqueza natural que resulta das inter-relações milenares entre os povos e essas zonas. Essa inter-relação desenvolveu-se pela utilidade das zonas húmidas, como o sustento alimentar e por necessidades culturais, pelo que a manutenção da biodiversidade nestas zonas está geralmente intimamente ligada às vidas e crenças dos povos.



De facto, desde tempos remotos que o Homem tem recorrido às Zonas Húmidas (ZH) para seu próprio sustento e lazer, dada a sua variedade de habitats e de espécies faunísticas e florísticas, especialmente de aves aquáticas. As ZH providenciam uma série de produtos alimentares (como o peixe e o arroz) e não alimentares (como a madeira para construção), criando também grandes oportunidades recreativas e de turismo, desde a observação de aves à pesca.


A presença de água no solo cria espaços de particular beleza e interesse ecológico, como os estuários, as cataratas, as salinas, os rios e lagos. A cidade de Veneza, por exemplo, com os seus múltiplos canais, é foco de grande interesse turístico a nível mundial.


Qual a importância das Zonas Húmidas?

As ZH desempenham um papel regulador fundamental em termos do ciclo hidrológico: ao permitirem a deposição de sedimentos e nutrientes (como o fósforo e o azoto), transportados pela água, e a sua acumulação ou incorporação na vegetação residente, estas zonas tornam os ecossistemas húmidos bastante produtivos, competindo com os sistemas agrícolas intensivos e controlando cheias e inundações.



Além disso, as ZH constituem zonas de recarga de aquíferos e de purificação de águas doces, constituindo o local indicado para a desova de muitas espécies aquáticas.

No entanto, é de ressalvar que as ZH são ecossistemas frágeis, pelo que deverão ser explorados cuidadosamente, de forma a manter a sua herança cultural e natural, beneficiando residentes locais e visitantes. Por exemplo, a interferência com o movimento natural dos sedimentos e dos nutrientes, quer por pressões urbanísticas, quer por contaminação das ZH por efluentes industriais, agrícolas ou domésticos, pode ter graves consequências sobre as ZH e zonas adjacentes, nomeadamente pelo aumento da sua degradação e erosão e pela redução de biodiversidade.

A conservação, valorização e criação adequada das ZH são assim aspectos de grande relevância. Daí que, desde 1997, se celebre o dia mundial das zonas húmidas a 2 de Fevereiro, data em que foi assinada a Convenção de Ramsar.

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